sexta-feira, 18 de março de 2011

Antígenos e Imunógenos

O que são imunógenos?
Antígeno que produz uma resposta imunológica. Todos os imunógenos são antígenos, porém nem todos os antígenos são imunógenos. Bactérias encapsuladas são exemplos de antígenos pobremente imunógenos em crianças com menos de dois anos de idade. São substâncias simples ou complexas que são capazes de se ligar a componentes do sistema imune ativando assim uma resposta imune específica.
O que são antígenos?
São estruturas moleculares que interagem com anticorpos (reconhecimento). Estas estruturas apesar de reconhecidas nem sempre provocam uma resposta do sistema imune. Podem ser dos tipos T-dependente e T-independente.
  • Antígeno T-dependente: antígeno que para gerar anticorpos precisa da cooperação dos linfócitos T. A maioria dos antígenos protéicos é deste tipo. Neste caso há desenvolvimento de memória imunológica.
  • Antígeno T-independente: antígeno capaz de gerar anticorpos mesmo na ausência de linfócitos. Geralmente são polissacarídeos. Sua capacidade imunológica em crianças menores de 18-24 meses é reduzida. Em geral, não produzem memória imunológica. Meningococo, Pneumococo pneumoniae e Haemophilus influenzae tipo b são bactérias encapsuladas (revestidas com uma cápsula polissacáride) que são péssimas indutoras da memória imunológica. Assim, as vacinas contra estas bactérias devem ser elaboradas com antígenos, derivados destas bactéria, conjugados a um carreador protéico para tornar esta vacina imunogênica já a partir das 6 semanas de vida

Antigenicidade e Imunogenicidade
Imunogenicidade: Capacidade que uma substância tem de induzir uma resposta imunológica imunógeno.
Antigenicidade: Capacidade que uma substância tem de se ligar aos componentes do sistema imune antígeno.

sábado, 12 de março de 2011

Relação entre Transplantes e Sistema Imune

Transplantação, do modo que o termo é usado em imunologia, refere-se ao ato de transferir células, tecidos ou órgãos de um local para outro, na tentativa de curar doenças pela implantação de células, tecidos ou órgãos saudáveis de um indivíduo para outro.
Porém a ação do sistema imunitário na rejeição de tecidos transplantados continua pode ser um sério impedimento ao sucesso desta intervenção médica. O sistema imunitário desenvolve elaborados e eficazes mecanismos para proteger o organismo do ataque de agentes externos e esses mesmos mecanismos provocam a rejeição do transplante de qualquer indivíduo que não seja geneticamente idêntico ao receptor.
O obstáculo da rejeição de transplantes tem vindo a ser sololucionado com a utilização de agentes imunossupressores. Estes agentes poderão ser fármacos e anticorpos específicos desenvolvidos para diminuírem a resposta imunitária. No entanto, a maioria destes agentes tem um efeito imunossupressor global, sendo o seu uso a longo tempo deletério. Novos métodos de indução de tolerância específica ao transplante, sem suprimir outras respostas imunitárias estão a ser desenvolvidos, prometendo uma maior sobrevivência dos transplantes sem comprometer a imunidade do receptor.

A intensidade da resposta imune poderá variar de acordo com o tipo de transplante (graft).São vários os tipos de transplante, de acordo com a origem do tecido transplantado. O tipo de transplante que nos interessa é o:
Alografts: tecidos ou órgãos transplantados entre membros da mesma espécie, geneticamente diferentes.Nos seres humanos todos os transplantes de um indivíduo para outro são deste tipo, com exceção dos gêmeos monozigóticos. Sendo este tecido geneticamente diferente do receptor, este tipo de transplante é normalmente reconhecido como non-self pelo sistema imunitário resultando na sua rejeição.
O sucesso de qualquer transplante está na capacidade de controlar a resposta imune, permitindo a adaptação do transplante e evitando a sua rejeição. Os principais genes responsáveis pelo reconhecimento de antígenos externos são do complexo de histocompatibilidade maior (MHC). Nos seres humanos, estes genes codificam várias proteínas da superfície da membrana celular. Estes aloantígenos são conhecidos como antígenos de leucócitos humanos (HLA – Human leukocyte antigens) e o seu elevado polimorfismo permite ao sistema imunitário reconhecer antígenos self e non-self.
Em transplantações clínicas, podem ocorrer três tipos principais de rejeição: hiperaguda, aguda e crônica. Independentemente do tipo de rejeição, sinais de perigo incluem febre, sintomas febris, hipertensão, edemas ou aumento súbito de peso, mudança no ritmo cardíaco, falta de ar e dor e sensibilidade no local do transplante

sábado, 5 de março de 2011

Papel dos Órgãos Linfóides Secundários na Montagem da Resposta Imunológica Adaptativa


Nosso ambiente está repleto de agentes infecciosos como vírus, bactérias, fungos, protozoários, etc. o sistema imunológico trabalha combatendo estes invasores. O organismo possui vários tipos de barreiras contra os invasores. O tipo de resposta imune do organismo vai depender do patógeno e do local da infecção.


A resposta imune
Para produzir a defesa, o organismo precisa primeiramente reconhecer o patógeno ou qualquer que seja este invasor.
Existem dois tipos de resposta imune: inata e adaptativa. A resposta imune adaptativa é muito mais eficiente, pois ela é mais específica.

Resposta imune inata
Quando um microorganismo invade o organismo, um grupo de células fagocitárias vai tentar destruí-los através da fagocitose. Estas células são um grupo de leucócitos: monócitos, macrófagos e neutrófilos. Este tipo de reconhecimento é inespecífico, pois as células fagocitam vários tipos de microorganismos e compreendem a primeira linha de defesa.
Resposta imune adaptativa
A resposta imune adaptativa é específica e conta com os linfócitos, que reconhecem especificamente o patógeno invasor. Existem vários tipos de linfócitos que são agrupados em duas categorias: linfócitos B, que produzem anticorpos que se ligam ao antígeno e os linfócitos T, que estão envolvidos na produção de linfócitos B e auxiliam na fagocitose. Existem vários tipos de interação entre os linfócitos e fagócitos.

Células do sistema imune
Linfócitos
Os linfócitos são responsáveis pelo reconhecimento do invasor e produção da resposta imune. São produzidos na medula óssea e timo, que são órgãos linfóides primários ou centrais e migram para o baço, linfonodo e amídalas, que são tecidos linfóides secundários. Os linfócitos B são produzidos na medula óssea e os linfócitos T são produzidos no timo.
Linfócitos B: os linfócitos B reconhecem o receptor de superfície do antígeno e transformam-se em plasmócitos, que produzem e secretam anticorpos que se ligam especificamente com o antígeno. Os linfócitos B ficam concentrados os gânglios linfáticos, prontos para uma reação.
Linfócitos T: os linfócitos T são bastante variados e possuem um número grande de funções. Eles interagem com os linfócitos B. As células T auxiliares (TH) auxiliam os linfócitos B na produção de anticorpos, divisão e diferenciação celular. Os linfócitos T citotóxicos destroem células infectadas do hospedeiro, utilizando um receptor especifico para antígenos das células T (TCR). Os efeitos dos linfócitos T estão relacionados com a liberação de citocinas, que são emissores químicos de sinais para as células.

LEIA MAIS: 

Identificado “gatilho” que induz células a produzirem anticorpos potentes: http://cienciadiaria.com.br/2010/07/06/identificado-gatilho-que-induz-celulas-a-produzirem-anticorpos-potentes/

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Função dos Órgãos Linfóides Primários e Secundários

Os órgãos linfóides tem como finalidade permitir a nossa defesa contra infecções provocadas por agentes como as bactérias, os vírus, os fungos ou por alguns parasitas eucariontes.
Dividem-se em primários e secundários, sendo:


- Primários 


Medula óssea
Produz todas as células do sistema imunológico 


Timo
O timo confere a determinados linfócitos a capacidade de se diferenciarem e maturarem em células que podem efetuar o processo de imunidade mediada por células. Há certas evidências de que o timo produz um hormônio que pode continuar a influenciar os linfócitos após eles terem deixado a glândula.


- Secundários


Baço e Linfonodos
Produz anticorpos contra antígenos invasores. Além disso, fagocita glóbulos velhos, bem como bactérias e partículas estranhas.


Mucosas
Pequenas massa de tecido linfóide incluídas na mucosa de revestimento das cavidades bucal e faríngea são chamadas tonsilas. Atuam como uma defesa adicional contra invasão bacteriana.






domingo, 20 de fevereiro de 2011

A Relação em Opsonização e Fagocitose no Contexto da Resposta Natural


Imunidade natural constitui a primeira linha de defesa do organismo e é mais antiga em termos evolutivos. Na imunidade natural a barreira física da pele, e de substâncias como muco e lágrima dificultam a entrada dos microorganismos. Além disso, existem células conhecidas como fagócitos que destroem microorganismo invasores, porém não guardam memória.


Fagócitos
Os leucócitos polimorfonucleares (PMN) ou neutrófilos são
produzidos na medula óssea e circulam por 6 a 12 horas antes
de se infiltrarem permanentemente nos tecidos completando
seu ciclo de vida cerca de 12 horas após terem sido liberados.
Atuam fagocitando e digerindo bactérias, restos celulares e
outros materiais particulados. São nossa primeira linha de defesa,
iniciando a resposta inflamatória do organismo e
contribuindo também para o processo de cicatriza-
ção. Para que ocorra a fagocitose é necessária a chegada
dos neutrófilos ao local da infecção. Esta migra-
ção dos neutrófilos é denominada quimiotaxia que é
regulada por fatores quimiotáticos resultante do
contato inicial do microorganismo com os componentes
do sistema imunológico.
As partículas fagocitadas são inicialmente contidas dentro de vacúolos denominados
fagossomos. Os grânulos de armazenamento existentes no citoplasma do neutrófilo
fundem-se com estas vesículas, liberando seu conteúdo - uma série de enzimas
(lisozima, p.ex.) e outras substâncias bactericidas (lactoferrina, defensinas), num
processo chamado degranulação. Além disso, inicia-se o metabolismo oxidativo com
a ação de oxidases NADPH- dependentes e da mieloperoxidase, dando origem ao
peróxido de hidrogênio e ao ácido hipocloroso, ambos agentes altamente oxidantes e
tóxicos às bactérias. Desta forma, os neutrófilos conseguem nos proteger de uma
série de microorganismos

Anticorpos
São proteínas produzidas pelos linfócitos B.
Temos 5 classes de imunoglobulinas: IgG, IgA, IgM, IgE, IgD
A IgG tem 4 subclasses: IgG1, IgG2, IgG3, IgG4
A IgA tem duas subclasses: IgA1, IgA2
Funções:
Neutralização
Opsonização
Ativação do Sistema Complemento
Citotoxicidade dependente de anticorpo

Opsonização da Bactéria
pelo Anticorpo
Opsonização: Imunoglobulinas e derivados do complemento funcionam como opsoninas facilitando a fagocitose.